Lygia Fagundes Teles e Clarice Lispector
Lygia Fagundes Teles
nasceu em São Paulo,
em 19 de Abril de 1923, com apenas 15 anos escreveu seu primeiro livro de
contos Porão
e sobrado, que teve sua
edição paga pelo pai (Durval de Azevedo Fagundes).
As
principais características das obras de Lygia é que ela escreve investigando os
recantos da alma humana, em sondagem psicológica permanente; seus personagens
em particular os femininos, são misteriosos e complexos, marcados pela reflexão
e pela fragilidade, mais também pela inquietação; sem contar que procura
apresentar com a palavra escrita a realidade envolta na sedução do imaginário e
da fantasia.
Desde
1982 faz parte da Academia Paulista de Letras, em 1985 ocupou uma das cadeiras
da Academia Brasileira de letras e em 1987 da Academia das Ciências de Lisboa,
uma escritora de prestigio que já ganhou vários prêmios, tanto Nacional como
Internacional, dentre eles se encontra: O conto “A Noite Escura e mais eu” como melhor conto e os Prêmio Jabuti e APLUB de Literatura,
com o romance “As Meninas” recebe
todos os prêmios literários de importância do país, com o livro “Antes do Baile Verde” recebe o grande
prêmio Internacional Feminino para Estrangeiros e em 2005 o prêmio Camões,
considerado o mais importante da literatura em língua portuguesa.
Teve
muitos dos seus livros traduzidos para outras línguas, como em alemão, francês,
espanhol, italiano, polonês e edições em Portugal, sem contar as obras que
foram transformadas para televisão, teatro e cinema. A principal obra de Lygia
foi seu terceiro livro “As Meninas”
que foi e continua sendo um grande sucesso e um dos seus livros mais conhecidos
e lidos, foi lançado em 1973, retratando o que estava acontecendo no país
naquele período e que hoje, faz parte da lista obrigatória dos vestibulares das
principais Universidades do País e que em 1996 foi adaptado em filme por Emilio
Ribeiro.
Clarice Lispector nasceu na Ucrânia, em 10 de dezembro de 1920,
começou a escrever na infância, mas todas suas historinhas foram recusadas pelo
Diário de Pernambuco, por não ter enredo e fatos.
Em
suas obras Clarice não segue uma sequência, “começo, meio e fim”, e nem uma
ordem cronológica; faz uso constante de sonoridades, antíteses, símbolos, etc.
procura desvendar o universo mental do personagem através da introspecção
psicológica e os fluxos de consciência tornam a obra verossímil; sem contar a
epifania (revelação) que é comum nas obras dessa magnífica escritora.
É
considerada uma escritora psicológica e intimista, nunca aceitou o rotulo de
escritora feminista, apesar de suas obras ter muitas personagens femininas,
mostrando a experiência pessoal da mulher e o seu ambiente familiar, suas obras
não deixam de ser consideradas filosóficas, existencial, social e metalingüística.
O
romance “Coração Selvagem” foi
considerado o melhor de 1943, provocou espanto na crítica e no público, foi
alvo do principal crítico da época Álvaro de Lins e ganhou o Prêmio Graça
Aranha. Publicou contos, crônicas, romances e literatura infantil, seu primeiro
e principal conto foi “Laços de Família”.
Algumas de suas obras foram traduzidas para o francês e inglês, o livro “A hora
da Estrela” foi adaptado para filme, e muitas das obras dessa ilustre escritora
já fez ou faz parte da lista obrigatória dos principais vestibulares do país, quase
37 anos depois de sua morte as obras e citações dessa estrela ainda faz sucesso
no público leitor.
Lygia e Clarice duas escritoras tão diferentes e ao mesmo tempo
parecidas, diferentes na forma de escrever e na vida, e tão idênticas com o
sucesso de suas obras, em querer explorar o psicológico de seus personagens,
que na maioria feminina. Teles prefere deixar suas obras misteriosas e
complexas, marcando a reflexão e fragilidade, já Lispector procura desvendar o
universo mental do personagem através da introspecção psicológica e os fluxos
de consciência.
Lygia
investiga os recantos da alma humana, em sondagem psicológica permanente, tem caráter
ficcional de sua obra sintonizada com o existencialismo, enquanto Clarice
através da epifania faz revelações surpreendentes dos seus personagens e busca
mostrar a realidade do povo brasileiro , nas narrativas, no enredo e nos personagens.
Duas
magníficas escritoras que tiveram suas obras adaptadas em filmes, traduzidas
para outras línguas, e que ainda fazem sucesso com o público leitor, ambas com
reconhecimento nacional e internacional.
Aluna: Ivanete Abreu
Minha querida Clarice,
Queria apenas dizer-lhe que seu livro A hora da estrela é muito belo e que você é muito amada. Segui seu conselho, comprei roupas claras (de preferência, o branco, você disse) e cortei o cabelo. Acho que recomeço a viver, vamos recomeçar juntas? Se eu for aí passar o Natal com meu irmão, quero te levar um pente (como aquele que te dei, outras cores) e te dar um beijo.
Observação: A entrevista de Clarice não está completa, as outras partes estão disponíveis no You Tube.
Carta de Lygia Fagundes
Telles para Clarice Lispector 25.11.77
Minha querida Clarice,
Queria apenas dizer-lhe que seu livro A hora da estrela é muito belo e que você é muito amada. Segui seu conselho, comprei roupas claras (de preferência, o branco, você disse) e cortei o cabelo. Acho que recomeço a viver, vamos recomeçar juntas? Se eu for aí passar o Natal com meu irmão, quero te levar um pente (como aquele que te dei, outras cores) e te dar um beijo.
Lygia

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