Livro: A hora da Estrela
Autora: Clarice Lispector
Clarice comentou sobre A Hora da Estrela em sua única entrevista televisionada, concedida em fevereiro de 1977 ao reporter Júlio Lerner para a TV Cultura, de São Paulo. Na entrevista, ela menciona que acabara de completar um livro com "treze nomes, treze títulos", embora ela tenha se recusado a citá-los. Ela diz, que o livro é "a história de uma moça, tão pobre que só comia cachorro quente. Mas a história não é isso, é sobre uma inocência pisada, de uma miséria anônima." Na mesma entrevista, Clarice diz que usou como referência para Macabéa a sua própria infância no nordeste brasileiro, além de uma visita a um aterro onde nordestinos se reuniam em São Cristóvão. Ela diz ter sido neste aterro que ela capturou "o ar meio perdido" do nordestino na cidade do Rio de Janeiro. Outra inspiração para a trama do livro foi uma visita que Clarice fez a uma cartomante. Na época, ela imaginou como "seria engraçado se na saída, ela fosse atropelada por um táxi depois de ouvir todas coisas boas que a cartomante previra.
A novela foi escrita à mão em diversos fragmentos de papel, a partir dos quais Lispector, com a ajuda da sua secretária Olga Borelli, compôs a versão final do romance. O livro foi publicado em 26 de outubro de 1977, pouco antes da autora ingressar no hospital do INPS da Lagoa, no Rio de Janeiro. –Fonte: Wikipédia
Macabéa possui certa alienação e é dotada de certa ignorância, talvez Clarisse use essa questão de Macabea ser ignorante para fazer uma critica a sociedade e ao ensino da época. Em certa parte da historia Macabea quase perde o emprego (de datilografa) pelo fato de fazer seu trabalho errado, trabalho este que exige o mínimo de conhecimento, conhecimento este que ela não possui, pode-se notar ao longo do romance que Macabea possui certa vontade de ter conhecimento, ela ouve rádio praticamente todos os dias e sempre que ouve a radio tenta assimilar o máximo de informação possível.
Ao final do romance Clarisse faz com que os leitores despercebidos tenham uma surpresa ao ver a morte de Macabea, eu mesmo fiquei sem entender o porquê de um final tão trágico, mas logo após algumas leituras entendi que aquele era o fim vida de Macabea, mas também o recomeço, pois ela somente vem ter noção da sua existência na hora da sua morte, era como ela tivesse que morrer para renascer. Ao final do romance fica evidente uma das principais características de Clarisse, a epifania, afinal somente entendemos o porquê da existência após deixarmos de existir.
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